segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Propaganda também discrimina os homens


Bündchen também discrimina os homens

por Fausto Rodrigues de Lima (Folha)
05 de Outubro de 2011 14:56


(Folha de S.Paulo) Fausto Rodrigues de Lima, promotor de Justiça do Distrito Federal e coautor do livro "Violência Doméstica - A Intervenção Criminal e Multidisciplinar", escreve sobre a polêmica campanha publicitária "Hope ensina". No artigo, o promotor destaca o aspecto discriminatório aos homens presente na campanha. Leia trechos selecionados:

"Para gastar todo o dinheiro do marido e conseguir sua compreensão, a mulher brasileira precisa lhe conceder sexo. O ensinamento de uma campanha da lingerie Hope, protagonizada por Gisele Bündchen, causou justa indignação a ponto de a Secretaria de Políticas para as Mulheres pedir sua suspensão."

"Essa e outras manifestações sexistas escamoteiam faceta pouca explorada: o homem também é discriminado. Ora, para a campanha referida, o marido ideal precisa ser o provedor; caso contrário, não pode ter uma mulher linda e disponível para o sexo. Como um cão no cio, necessita de sexo a todo momento e a todo custo. Não deve se importar com a satisfação da parceira; basta que ela finja prazer."

"Nós, homens do século 21, somos seres pensantes. Não queremos prover ninguém, almejamos unir esforços. Se por acaso nossa renda for insuficiente ou nula, que nos respeitem. Gostamos, sim, de sexo, mas não pensamos nisso 24 horas por dia. Nos interessa o futebol mas também o balé, a música, a arte, a poesia. E choramos, sim."

"Por isso, pedimos ao Conar que suspenda a propaganda da Hope e outras ridículas, não só por ofenderem nossas mães, filhas e esposas, mas por nos agredirem profundamente enquanto homens."

Leia na íntegra: Bündchen também discrimina os homens, por Fausto Rodrigues deLima (Folha de S.Paulo - 05/10/2011)


A Líbia que Georges Bourdoukan conheceu... ou... As nações que querem se emancipar que pensem nisso


A Líbia que eu conheci

Escrito por Georges Bourdoukan
Sexta, 28 de Outubro de 2011


Parte 1

Nelson Mandela assim que foi libertado foi agradecer a Kadafi o seu apoio ao povo sul-africano contra o regime do apartheid.

Estive na Líbia em setembro de 1979, por ocasião do décimo aniversario da Revolução que levou Kadafi ao poder.

Me acompanharam na ocasião o cinegrafista Luis Manse e o operador de Nagra Nelson Belo, Belo (por onde andarão?).

Estávamos ali pelo Globo Repórter, do qual eu era o diretor em São Paulo.

Primeira surpresa. O hotel, para onde o governo nos enviou, estava totalmente ocupado por diplomatas.

Perguntei ao embaixador do Brasil a razão dessa concentração.

A resposta me surpreendeu ainda mais.

Na Líbia de Kadafi, os aluguéis estavam proibidos.

Aos líbios que não tivessem casa, era só solicitar que o governo imediatamente providenciava a construção de uma.

O país era um imenso canteiro de obras.

E mais: Uma lei em vigor, A LEI DO COLCHÃO, determinava que, qualquer cidadão líbio que soubesse da existência de casa alugada, era só atirar um colchão no quintal que a casa passava a ser sua.

Inúmeras embaixadas sofreram com essa lei já que foram ocupadas por líbios.

O próprio embaixador me contou na ocasião que a embaixada brasileira não ficou imune a essa lei.

Um motorista líbio que ali trabalhava informou a um amigo que ainda não tinha casa, que a embaixada do Brasil era alugada.

Imediatamente esse amigo atirou um colchão e reivindicou a propriedade (uma mansão que pertencia a um italiano que retornou à Itália apos a subida ao poder de Kadafi).

O governo líbio precisou intervir para evitar maiores dissabores.

O Brasil acabou ganhando a embaixada e o líbio uma casa nova.

Isto tudo aconteceu na década de 70, quando a Líbia era uma potência riquíssima, com apenas 3 milhões de habitantes, em quase 1.800.000 quilômetros quadrados.

Os líbios, por lei, eram proibidos de trabalhar como empregados de estrangeiros.

O líbio que não quisesse trabalhar recebia o equivalente, valores de hoje, a cerca de 7 mil dólares por mês.

E mais: médico, hospital e remédios era tudo de graça.

Ninguém pagava escola e o líbio que quisesse aperfeiçoar seus estudos fora do país ganhava uma substancial bolsa.

Conheci muitos desses líbios na França, Itália, Espanha e Alemanha, e outros países onde estive como jornalista.

Parte 2
A bela Tripoli antes da invasão dos Estados Unidos e da OTAN

Estamos em Trípoli, ano 1979.

Esta noite quase não consegui pegar no sono.

No hotel onde estava hospedado, alem dos diplomatas e alguns jornalistas, estavam também delegações de países africanos de língua portuguesa.
Angola, Moçambique, Guiné-Bissau, Cabo Verde, etc.

E foram eles que não me deixaram pegar no sono já que, sabendo que eu teria um encontro com Kadafi no dia seguinte, queriam que eu lhe pedisse mais explicações sobre o socialismo Líbio.

Disseram que nunca haviam visto algo igual. Nem mesmo em livros.

Ficaram admirados com a Lei do Colchão (veja post abaixo), com a assistência médica, remédios e educação, tudo gratuito.

E pelo fato de ninguém ser obrigado a trabalhar na Líbia e mesmo assim receber uma remuneração “ fantástica” no dizer de um angolano.

Prometi que tentaria obter uma resposta, desde que, de fato, eu conseguisse falar com Kadafi, por saber que ele era imprevisível e não poucas vezes deixou jornalistas aguardando ad infinitum.

Antes, preciso esclarecer que as portas dos apartamentos dos hotéis não possuíam fechaduras.

Por isso todos podiam entrar no apartamento de todos razão pela qual nossos apartamentos eram sempre “visitados”.

Perguntei ao gerente do hotel a razão da falta de fechaduras.

Respondeu que na Líbia não havia ladrões como na “época da colonização italiana e por isso as fechaduras eram prescindíveis”.

Mas um diplomata me esclareceu que a falta de fechaduras era para que os “fiscais” do governo pudessem entrar a qualquer hora do dia ou da noite para ver se não havia mulheres “convidadas” nos apartamentos.

“Porque, prosseguiu o diplomata, os líbios até hoje falam que durante a colonização italiana e o reinado de Idris, os hotéis serviam apenas para orgias”.

No dia seguinte me preparo para o encontro com Kadafi.

Manse, com a sua câmera e Belo com seu gravador Nagra me aguardavam ao lado do elevador.

Com cara de sono, reclamaram que seus apartamentos foram “penetrados” umas três vezes de madrugada e foi um susto só.

O carro enviado pelo governo nos esperava na entrada, mas Manse queria tomar mais um cafezinho.

Entrei no carro e aguardei.

Cinco minutos depois Luis Manse, com sua inseparável câmera, chegava sozinho.

Perguntei pelo Belo, ele disse que o imaginava comigo.

Perguntei ao nosso acompanhante se ele havia visto o nosso companheiro.

Imediatamente ele foi à portaria perguntar.

Um rapaz simpático respondeu que tinha visto Belo acompanhado por dois policiais uniformizados a caminho da praça que ficava a uns cinqüenta metros do hotel.

Fiquei preocupado, imaginando o pior.

Jornalista acompanhado por policiais no Brasil nunca era um bom augúrio.


Parte 3
Kadafi ao lado de seu eterno ídolo, o presidente Násser do Egito

Belo e os dois policiais estão parados ao lado de um reluzente carro Mercedes Benz novinho em folha.

Perguntei o que estava acontecendo.

Um dos policiais me disse que o meu companheiro não parava de apontar a chave do carro na ignição. E que eles não sabiam a razão, pois Belo não falava o árabe e nem eles o “brasileiro”.

Então era por isso que eles saíram juntos do hotel.

Nada preocupante.

Belo me explicou e eu traduzi para o policial que ele, ao ver a chave na ignição, ficou preocupado de alguém roubar o carro.

Os dois policiais começaram a rir e disseram tratar-se de um carro abandonado.

Era um costume no país.

Quem não gostasse do carro bastava abandoná-lo com a chave dentro. O interessado podia levá-lo.

Essa era a Líbia da época.

Muita fartura, nenhuma miséria e a abundância ao alcance de todos.

Alias isso podia se observar nas pessoas.

Os mais velhos, que viveram sob o domínio dos colonialistas e durante a monarquia, eram pessoas alquebradas, corpo seco.

As crianças e os jovens eram saudáveis e alegres.

Só para se ter uma idéia da Líbia sob Kadafi, tudo custava mais ou menos o equivalente a 3 dólares.

Havia supermercados gigantescos, mas nada era vendido a varejo.

Quem quisesse arroz, por exemplo, pagava 3 dólares pelo saco de 50 quilos.

Tudo era nessa base.

Fomos visitar o parque industrial de Trípoli e eu pedi para conhecer uma tecelagem.

Perguntei como era a relação com os clientes e um técnico alemão que ali se encontrava para montar o maquinário, começou a rir.

“Os líbios são loucos”, me disse. E completou: “eles não vendem nada aqui por metro, somente a peça inteira. E para qualquer um que entrar na fábrica e pedir”.

Perguntei o preço da peça: 3 dólares a peça de 50 metros...

Mas se você, por exemplo, quisesse comprar uma gravata, qualquer uma, o preço mínimo era o equivalente a 200 dólares.

Um cachimbo, 300 dólares.

Ou seja, todo produto que lembrasse os colonizadores e, de acordo com eles, representasse ou sugerisse consumo supérfluo, era altamente taxado.

Bebida alcoólica, nem pensar. Dava prisão sumária.

E foi o que aconteceu com dois jornalistas argentinos, cuja “esperteza” os remeteu ao porto e ali compraram de um cargueiro uma garrafa de uísque.

Um dos funcionários do hotel sentiu o bafo e os denunciou.

É verdade que eles não foram presos, porque eram convidados do governo.

Mas não puderam entrevistar ninguém, muito menos o Kadafi...

E nós só soubemos disso porque o embaixador do Brasil, uma figura simpaticíssima, uma noite nos convidou para a Embaixada e, ali, nos ofereceu um uísque de não sei quantos anos (guardado a sete chaves num cofre), que Manse e Belo acharam delicioso.

Claro que eu também bebi um gole, apesar de detestar uísque.

Seja de que marca for, de que ano for.

Sempre me lembrou o gosto de iodo.

Evidentemente não faria uma desfeita ao embaixador tão solícito.

Não estalei a língua porque aí seria demais.

Antes de nos despedirmos, o embaixador nos ofereceu um litro de leite para cada um, pois segundo ele o leite disfarçaria o nosso hálito.

Na porta, perguntei ao embaixador se ele poderia nos dar um depoimento.

“O Kadafi é um Gênio”, respondeu.

Surpreso, perguntei.

O senhor considera o Kadafi um Gênio?

Sim! Um Gênio!

Parte 4
Kadafi libertou as mulheres alistando-as nas Forças Armadas

Então o senhor considera Kadafi um Gênio?

Sim! Respondeu o embaixador. Um Gênio! E amanhã o senhor vai ter uma prova disso.

Não entendi.

Amanhã vai haver um desfile em comemoração ao décimo aniversario da Revolução. Assista e veja se não tenho razão.

O dia seguinte amanheceu glorioso. E eu já estava preocupado.

Se o país vai parar para comemorar o décimo aniversário da Revolução, será que Kadafi vai encontrar tempo para a entrevista?

A população lotava a praça e as ruas onde seriam realizados os desfiles.

Um fato me chamou a atenção.

Havia milhares de meninas adolescentes com uniformes militares prontas para o desfile.

Sorriam um sorriso que somente as adolescentes possuem.

Impressionante a sua alegria.

Foi assim que Kadafi libertou as mulheres, que antes não podiam atravessar a porta de casa e nem tirar as vestimentas que cobriam seu corpo de cima abaixo, me confidenciou o embaixador.

É ou não um gênio?

Essas adolescentes saem de casa bem cedinho usando o uniforme militar e retornam para suas casas no fim do dia. Elas só não dormem no quartel.

E têm autorização para não tirar o uniforme.

Depois do serviço militar elas jamais voltam a se vestir como anteriormente.

Então é por isso que as mulheres líbias se vestem como as ocidentais?

Mas vez ou outra deparamos com mulheres com roupas tradicionais.

Terminado o desfile, um membro do governo me diz que Kadafi nos receberia não mais em Trípoli, mas em Benghazi, a bela cidade mediterrânea.

E que nos buscariam de madrugada pra viajarmos os 600 quilômetros que separam as duas cidades.

Fico sabendo nesse dia que a energia elétrica que ilumina o país é de graça.

Ninguém recebe a conta de luz, seja em casa ou no comércio.

E quem tiver aptidão para empresário, pode buscar os recursos necessários no banco estatal e não paga nenhum centavo de juros.

A divisão da riqueza do país com sua população, em nome do islamismo, criou um sério problema para os demais países muçulmanos, principalmente Arábia Saudita.

E desde então, Kadafi nunca poupou os dirigentes sauditas que acusou de terem se apossado de um país que jamais lhes pertenceu e de serem “infiéis que conspurcavam o verdadeiro islamismo”.

“Trocaram o Profeta pelo petróleo”.

Pela primeira vez usava-se o Alcorão contra aqueles que se diziam seus defensores.

Os sauditas, acuados, só conseguiam dizer que ele era “comunista”.

Kadafi respondia que ele apenas seguia o Alcorão ao pé da letra.

Várias revoltas começaram a eclodir na Arábia Saudita e países do Golfo.

Estados Unidos e mídia associada começaram a arregaçar as mangas.

Era preciso defender a vassala Arábia Saudita e transformar Kadafi num pária.

Na volta ao hotel, dou de cara com revolucionários da África do Sul. Estavam na Líbia em busca de fundos para lutar contra o apartheid.

Parte 5
A bela Benghazi, antes da invasão dos EUA-OTAN

Vamos falar francamente.

Eu estava me esforçando para realizar um programa que dificilmente seria exibido.

Naquela época o Globo Repórter registrava uma audiência enorme, entre 50 e 65, com pico de 72.

Alem do mais, vivíamos sob o tacão da ditadura.

Mas já que estávamos lá, vamos tocar o barco e ver no que vai dar.

À noite, no hotel, alguém abre a porta e me pergunta se posso conversar um pouco.

Era o chefe da delegação de Guiné-Bissau e estava empolgado. Nunca imaginara conhecer um país como a Líbia.

Perguntou como foi o meu encontro com Kadafi.

Respondi que o encontro seria no dia seguinte em Benghazi.

Enquanto conversávamos, um “fiscal” do governo, entra no quarto e nos cumprimenta sorridente.

Dá uma olhada rápida e com aquele sorriso de comissária de bordo, nos agradece e vai embora.

Mal passaram 10 minutos e a porta novamente é aberta. Um jornalista do Rio de Janeiro, meu vizinho de quarto entra desesperado.

- Uma coca cola pelo amor de Deus. Meu reino por uma coca-cola. Vou descer até saguão, alguém precisa me informar onde consigo comprar coca cola nesse país de birutas.

E nem esperou o elevador. Desceu pela escada mesmo.

- Maluco esse seu vizinho, me confidenciou o guine-bissauense( é assim mesmo que se diz?). E alem do mais ainda ofendeu Shakespeare.

Em seguida ele me revela que conheceu muitos revolucionários de países diferentes que se encontravam na Líbia em busca de recursos.

Inclusive sul-africanos.

- Entregaram uma carta de Nelson Mandela para o Kadafi pedindo para ele não esquecer seus irmãos africanos, respondeu feliz, dando a entender que eles foram atendidos.

Novamente o “fiscal” com sorriso de comissária de bordo entra. Desta vez para nos convidar a assistir no salão do hotel a um filme sobre os “horrores” da herança colonialista.

Na verdade não era um filme, mas um documentário de 15 minutos e se a idéia era para que a platéia se indignasse, o efeito foi o contrário.

O documentário mostrava a noite em Trípoli. Garotas seminuas andando nas ruas em busca de clientes, “inferninhos”, cabarés, bebidas alcoólicas, muitas bebidas, e por aí vai.

E o pior, terminada a exibição vários aplausos da platéia, principalmente de jornalistas, pedindo a volta dos colonizadores...

Isso sim é que era época boa, exclamou o jornalista carioca, agora ao lado de um colega mineiro que completou: “eta paizinho que nem coca-cola tem”.

Quatro da manhã somos acordados. Do aeroporto de Trípoli seguimos para Benghazi, onde finalmente vamos entrevistar Kadafi.

Parte 6

“Sobreviverei ao meu verdugo” - Omar Moukhtar o herói nacional da Líbia, preso e arrebentado pelos colonialistas italianos

Quando desembarcamos em Benghazi, a belíssima Benghazi, tamareiras enfeitavam suas praias.

Estavam ali como os coqueiros nas praias do nordeste.

Era colher e comer tâmaras dulcíssimas.

Um jornalista suíço que chegara a Benghazi uma semana antes, me confidenciou que não deveria perder um casamento. Qualquer um, disse.

Estava realmente deslumbrado com a festa e o que o deixou mais impressionado, é que os noivos, depois da cerimônia, recebem um envelope do governo com o equivalente a 50 mil dólares de presente.

Bem, essa era a Líbia que pouca gente conhecia e a mídia ocidental não fazia nenhuma questão de mostrá-la.

E não poderia, pois como explicar a seus leitores que havia ascendido ao poder um jovem coronel que não utilizou a riqueza em benefício próprio?

Pelo contrário.

Havia dividido a riqueza com a população do país.

Que não queria ver ninguém sem teto, sem fome, sem educação e sem muitas outras coisas mais.

Eu, naturalmente, iria sem dúvida nortear a minha entrevista a partir desses pontos.

Mas antes da entrevista, fomos a três festas com músicos árabes de diversos países.

E haja doce.

E haja suco.

E nem um “uisquinho”, lamentavam alguns jornalistas que, sinceramente, acho que estavam no país sem saber porque e para que.

As festas corriam em tendas beduínas, algo que Kadafi sempre prezou.

Finalmente cara a cara com Kadafi.

Em sua tenda.

Aparentava cansaço.

Alguns dos assuntos discutidos:

1 - Socialismo líbio;
2 - Educação;
3 - Reforma agrária;
4 - Moradia
5 - Alinhamento
6 - Arabismo
7 - Socialismo chinês, soviético, cubano;
8 - Apoio aos movimentos revolucionários;
9 - Che Guevara;
10 - Estados Unidos;
11 - Brasil;
12 - liberação feminina
13 - Reencarnação de Omar Moukhtar.


A entrevista, que seria de 40 minutos, durou mais de duas horas e creio que passaríamos a noite conversando se ele não fosse a toda hora solicitado.

Naturalmente a Globo achou melhor não colocar o programa no ar, pois poderia melindrar a ditadura.

Foi feita uma proposta para que um programa de 15 minutos fosse ao ar no Fantástico.

Foi realizada a reedição, mas o programa teria sido proibido pelos censores oficiais da ditadura (civil-militar-midiática).

Tudo culpa da ditadura.

Será?

Oh, céus! Oh, terra! Quando nos livraremos desse sistema putrefato?


A Líbia que eu conheci – Final

Qual foi o grande erro de Kadafi?

Eu não tenho a menor dúvida.

Foi acreditar nos euro-estadunidenses e desistir de sua bomba atômica.

Os pacifistas que me perdoem.

Aqui não se trata de incentivar a produção de ogivas nucleares, mas de persuasão.

O Brasil que tome jeito e comece a produzir a sua.

Caso contrário, a própria mídia brasileira, associada ao Império, fará de tudo para que o país seja invadido e ocupado.

Kadafi não ficou rico, como os produtores de petróleo do Golfo.

Dividiu a riqueza do país com a população.

Apoiou todos os movimentos revolucionários de esquerda do mundo.

Inclusive os brasileiros.

Em nenhum momento esqueceu a população negra da África.

E da África do Sul, onde, em agradecimento, um neto de Nelson Mandela chama-se Kadafi.

Quando Nelson Mandela tornou-se o primeiro presidente da África do Sul em 1994, o então presidente dos Estados Unidos, Bill Clinton, fez de tudo para que Mandela parasse com os agradecimentos quase diários a Kadafi pelo seu apoio à luta dos revolucionários africanos.

"Os que se irritam com nossa amizade com o presidente Kadafi podem pular na piscina", respondeu Mandela.

O presidente de Uganda Yoweri Museveni afirmou que "quaisquer que sejam as falhas de Kadafi, ele é um verdadeiro nacionalista. Prefiro nacionalistas do que marionetes de interesses estrangeiros".

E disse mais:

" Kadafi deu contribuições importantes para a Líbia, para a África e para o Terceiro Mundo. Devemos lembrar ainda que, como parte desta forma independente de pensar, ele expulsou bases militares britânicas e americanas da Líbia após tomar o poder".

Alem disso, o ex-líder líbio também teve papel importante na formação da União Africana (UA).

A principal coordenadora da guerra contra a Líbia, Hillary Clinton, andou pela África pregando abertamente o assassinato de Muammar Kadafi.

Como não teve sucesso, começou a recrutar mercenários.

Alias foram esses mercenários, inclusive os esquadrões da morte colombianos, que lutaram na Líbia. E eles não foram dizimados graças à Organização Terrorista do Atlântico Norte (OTAN) e EUA.

Quem puder pesquisar, quando Kadafi nacionalizou as empresas petrolíferas e os bancos, a mídia Ocidental referia-se a ele como Che Guevara Árabe.

Antes de ser deposto e linchado pelos mercenários a mando dos terroristas OTAN e EUA, a Líbia possuía o maior índice de desenvolvimento humano da África, e até hoje maior que o do Brasil.

E o que pouca gente sabe, em 2007 inaugurou o maior sistema de irrigação do mundo.

Transformou o deserto (95% da Líbia) em fazendas produtoras de alimentos.

Alias, assim que subiu ao poder os líbios que quiseram produzir alimentos receberam terra, equipamentos, sementes e 50 mil dólares para sobreviver até a safra.

Foi uma Reforma Agrária total e irrestrita.

Ele também pressionou pela criação dos Estados Unidos da África (EUA) para rivalizar com os EUA e união européia.

Ele lutou por uma África una: “Queremos militares africanos para defender a África. Queremos uma moeda única. Queremos um só passaporte africano".

Lamentavelmente esqueceu a Bomba Atômica. E pagou por isso.

As nações que querem se emancipar que pensem nisso.

__________

E abaixo você ouve os presidentes Hugo Chaves, Evo Morales, Rafael Correa e Fernando Lugo... cantando Hasta Siempre, em homenagem a Che Guevara. Eles também que se cuidem.
O video foi postado originalmente por Regina Schmitz no Facebook.

Youtube



Georges Bourdoukan é jornalista e escritor.

Blog: blogdobourdoukan
Última atualização em Sexta, 28 de Outubro de 2011


Extraído de Correio da Cidadania

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Por que me tornei professor?


Por que me tornei professor?


Já por volta dos dez anos, apaixonado pelas aulas de Língua Portuguesa e de Redação, pelos encantos da palavra escrita, pelo gosto e pelo cheiro de uma boa história, anunciava a quem interessado estivesse que desejava ser Jornalista. Jamais mudei de ideia - ao contrário, com o passar dos anos, a convicção só fez aumentar.

No terceiro ano da Graduação - em Jornalismo, obviamente -, comecei a trabalhar como estagiário no Sindicato dos Professores de São Paulo, o querido SINPRO-SP. Continuei por lá depois de formado - e até hoje, agora como colaborador, mantemos a parceria. É um prazer, um orgulho. São quase vinte anos de aprendizados vivos e intensos (sim, os companheiros do Sindicato são para mim referências intelectuais e éticas, exemplos de figuras humanas e de mestres, no sentido mais profundo das palavras).  Acompanhei e acompanho muito de perto as lutas, os sonhos, as angústias, as ações políticas, as mensagens cidadãs, as vitórias e as derrotas daqueles companheiros que sobretudo estabelecem a Educação como um direito de todos - e um caminho para a conquista da liberdade e da autonomia crítica. Foi inevitável e irresistível (ainda bem, muito obrigado!) - por conta deles, tornei-me também professor.

Afinal, respeitadas as singularidades, o ser Jornalista e o ser Professor estabelecem estreitas relações: é preciso ser curioso, humilde, democrático, alimentar pelos saberes profunda devoção e respeito, apurar, pesquisar, procurar sempre, organizar e sistematizar, saber ouvir. E estar disposto a aprender sempre, a compartilhar informações e conhecimentos - seja com o público (leitor, ouvinte, telespectador, internauta, seja com os alunos em sala de aula). Nos dois casos, é fundamental estar atento às coisas do mundo, rechaçando preconceitos e intolerâncias, truculências e autoritarismos, valorizando argumentos e ideias e lutando pelo "bom, pelo justo e pelo melhor do mundo", como diria a militante comunista Olga Benário.

Foi assim, por ser Jornalista apaixonado, que me tornei um apaixonado Professor. E, entre aulas particulares, aulas na Graduação e na Pós, lá se vão quase quinze anos de atividade docente. Não é fácil - o avanço do espetáculo e do consumo, o individualismo e o "umbiguismo" exacerbados, a consolidação de um conhecimento instrumentalizado, o falso mantra que diz que as novas tecnologias resolvem todos os nossos problemas, a mercantilização das relações humanas e profissionais, o desmanche político da carreira, o esgarçamento do tecido social e a perda de referências e valores que definem a humanidade e o ideal de civilização colocam muitas vezes o papel do professor em um encruzilhada e fazem da profissão uma atividade social infelizmente cada vez menos valorizada.

É preciso resistir. A cada dia. Todos os dias. Porque, como lembram as palavras libertárias do mestre Paulo Freire, no livro "Pedagogia da Autonomia", e transformadas em homenagem pelo Instituto Paulo Freire neste ano, "sou professor a favor da decência e contra o despudor, a favor da liberdade contra o autoritarismo, da autoridade contra a licenciosidade, da democracia contra a ditadura da direita ou da esquerda. Sou professor a favor da luta constante contra a ordem capitalista vigente que inventou esta aberração: a miséria na fartura".   



quarta-feira, 12 de outubro de 2011

O casamento entre democracia e capitalismo acabou


Zizek: o casamento entre democracia e capitalismo acabou

O filósofo e escritor esloveno Slavoj Zizek visitou a acampamento do movimento Ocupar Wall Street, no parque Zuccotti, em Nova York e falou aos manifestantes. “Estamos testemunhando como o sistema está se autodestruindo. Quando criticarem o capitalismo, não se deixem chantagear pelos que vos acusam de ser contra a democracia. O casamento entre a democracia e o capitalismo acabou".
Leia a íntegra do pronunciamento de Zizek.


Slavoj Zizek
Data: 11/10/2011 / Copyleft

Durante o crash financeiro de 2008, foi destruída mais propriedade privada, ganha com dificuldades, do que se todos nós aqui estivéssemos a destruí-la dia e noite durante semanas. Dizem que somos sonhadores, mas os verdadeiros sonhadores são aqueles que pensam que as coisas podem continuar indefinidamente da mesma forma.

Não somos sonhadores. Somos o despertar de um sonho que está se transformando num pesadelo. Não estamos destruindo coisa alguma. Estamos apenas testemunhando como o sistema está se autodestruindo.

Todos conhecemos a cena clássica do desenho animado: o coiote chega à beira do precipício, e continua a andar, ignorando o fato de que não há nada por baixo dele. Somente quando olha para baixo e toma consciência de que não há nada, cai. É isto que estamos fazendo aqui.

Estamos a dizer aos rapazes de Wall Street: “hey, olhem para baixo!”

Em abril de 2011, o governo chinês proibiu, na TV, nos filmes e em romances, todas as histórias que falassem em realidade alternativa ou viagens no tempo. É um bom sinal para a China. Significa que as pessoas ainda sonham com alternativas, e por isso é preciso proibir este sonho. Aqui, não pensamos em proibições. Porque o sistema dominante tem oprimido até a nossa capacidade de sonhar.

Vejam os filmes a que assistimos o tempo todo. É fácil imaginar o fim do mundo, um asteróide destruir toda a vida e assim por diante. Mas não se pode imaginar o fim do capitalismo. O que estamos, então, a fazer aqui?

Deixem-me contar uma piada maravilhosa dos velhos tempos comunistas. Um fulano da Alemanha Oriental foi mandado para trabalhar na Sibéria. Ele sabia que o seu correio seria lido pelos censores, por isso disse aos amigos: “Vamos estabelecer um código. Se receberem uma carta minha escrita em tinta azul, será verdade o que estiver escrito; se estiver escrita em tinta vermelha, será falso”. Passado um mês, os amigos recebem uma primeira carta toda escrita em tinta azul. Dizia: “Tudo é maravilhoso aqui, as lojas estão cheias de boa comida, os cinemas exibem bons filmes do ocidente, os apartamentos são grandes e luxuosos, a única coisa que não se consegue comprar é tinta vermelha.”

É assim que vivemos – temos todas as liberdades que queremos, mas falta-nos a tinta vermelha, a linguagem para articular a nossa ausência de liberdade. A forma como nos ensinam a falar sobre a guerra, a liberdade, o terrorismo e assim por diante, falsifica a liberdade. E é isso que estamos a fazer aqui: dando tinta vermelha a todos nós.

Existe um perigo. Não nos apaixonemos por nós mesmos. É bom estar aqui, mas lembrem-se, os carnavais são baratos. O que importa é o dia seguinte, quando voltamos à vida normal. Haverá então novas oportunidades? Não quero que se lembrem destes dias assim: “Meu deus, como éramos jovens e foi lindo”.

Lembrem-se que a nossa mensagem principal é: temos de pensar em alternativas. A regra quebrou-se. Não vivemos no melhor mundo possível, mas há um longo caminho pela frente – estamos confrontados com questões realmente difíceis. Sabemos o que não queremos. Mas o que queremos? Que organização social pode substituir o capitalismo? Que tipo de novos líderes queremos?

Lembrem-se, o problema não é a corrupção ou a ganância, o problema é o sistema. Tenham cuidado, não só com os inimigos, mas também com os falsos amigos que já estão trabalhando para diluir este processo, do mesmo modo que quando se toma café sem cafeína, cerveja sem álcool, sorvete sem gordura.

Vão tentar transformar isso num protesto moral sem coração, um processo descafeinado. Mas o motivo de estarmos aqui é que já estamos fartos de um mundo onde se reciclam latas de coca-cola ou se toma um cappuccino italiano no Starbucks, para depois dar 1% às crianças que passam fome e fazer-nos sentir bem com isso. Depois de fazer outsourcing ao trabalho e à tortura, depois de as agências matrimoniais fazerem outsourcing da nossa vida amorosa, permitimos que até o nosso envolvimento político seja alvo de outsourcing. Queremos ele de volta.

Não somos comunistas, se o comunismo significa o sistema que entrou em colapso em 1990. Lembrem-se que hoje os comunistas são os capitalistas mais eficientes e implacáveis. Na China de hoje, temos um capitalismo que é ainda mais dinâmico do que o vosso capitalismo americano. Mas ele não precisa de democracia. O que significa que, quando criticarem o capitalismo, não se deixem chantagear pelos que vos acusam de ser contra a democracia. O casamento entre a democracia e o capitalismo acabou.

A mudança é possível. O que é que consideramos possível hoje? Basta seguir os meios de comunicação. Por um lado, na tecnologia e na sexualidade tudo parece ser possível. É possível viajar para a lua, tornar-se imortal através da biogenética. Pode-se ter sexo com animais ou qualquer outra coisa. Mas olhem para os terrenos da sociedade e da economia. Nestes, quase tudo é considerado impossível. Querem aumentar um pouco os impostos aos ricos? Eles dizem que é impossível. Perdemos competitividade. Querem mais dinheiro para a saúde? Eles dizem que é impossível, isso significaria um Estado totalitário. Algo tem de estar errado num mundo onde vos prometem ser imortais, mas em que não se pode gastar um pouco mais com cuidados de saúde.

Talvez devêssemos definir as nossas prioridades nesta questão. Não queremos um padrão de vida mais alto – queremos um melhor padrão de vida. O único sentido em que somos comunistas é que nos preocupamos com os bens comuns. Os bens comuns da natureza, os bens comuns do que é privatizado pela propriedade intelectual, os bens comuns da biogenética. Por isto e só por isto devemos lutar.

O comunismo falhou totalmente, mas o problema dos bens comuns permanece. Eles dizem-nos que não somos americanos, mas temos de lembrar uma coisa aos fundamentalistas conservadores, que afirmam que eles é que são realmente americanos. O que é o cristianismo? É o Espírito Santo. O que é o Espírito Santo? É uma comunidade igualitária de crentes que estão ligados pelo amor um pelo outro, e que só têm a sua própria liberdade e responsabilidade para este amor. Neste sentido, o Espírito Santo está aqui, agora, e lá em Wall Street estão os pagãos que adoram ídolos blasfemos.

Por isso, do que precisamos é de paciência. A única coisa que eu temo é que algum dia vamos todos voltar para casa, e vamos voltar a encontrar-nos uma vez por ano, para beber cerveja e recordar nostalgicamente como foi bom o tempo que passamos aqui. Prometam que não vai ser assim. Sabem que muitas vezes as pessoas desejam uma coisa, mas realmente não a querem. Não tenham medo de realmente querer o que desejam. Muito obrigado

Tradução de Luis Leiria para o Esquerda.net

Extraído de Carta Maior

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Quem tem medo da Filosofia?


Quem tem medo da Filosofia?

Resposta ao novo ataque da revista Veja a lei de obrigatoriedade de filosofia e sociologia no ensino médio.

Diego Felipe de Souza Queiroz*
6 Oct 2011

Em uma edição recente, a revista Veja veio mais uma vez atacar a Lei de obrigatoriedade de filosofia e sociologia nas escolas de ensino médio. A revista, que em edição anterior(1) já tinha desferido um ataque à mesma Lei, traz em suas páginas mais um texto neste sentido. O ataque vem por meio de um texto pequeno e rasteiro, inserido junto a uma série de artigos sobre os “absurdos” da justiça(2). O tamanho do texto e sua simplicidade não o torna menos perigoso, já que o mesmo se enquadra no tipo de texto destinado a transmitir opiniões de maneira rápida e fluida, objetivando ganhar a adesão do leitor justamente por se tratar de um material “leve” e de fácil entendimento.

Contaminado por essa pretensão de escrever um texto fluido e de fácil entendimento (sem me perder na tendência publicitária opinativa típica do que vemos por aí, na mídia empresarial brasileira) escrevo aqui uma resposta à revista Veja.

Revista Veja n° 2236, Páginas 92 e 93
O que apresenta: Texto contra a Lei de obrigatoriedade das disciplinas Filosofia e Sociologia no ensino médio. Fundamentado em uma visão tecnicista de sociedade que propõe que os brasileiros devem ser preparados para uma ação funcional na sociedade, sem muita preocupação com sua formação crítica que já na LDB(3) é apontada como necessária para que os sujeitos possam exercer plenamente sua cidadania.

O Absurdo: O texto utiliza-se de dados de avaliações internacionais que demonstram que a educação brasileira é ruim em relação às disciplinas de Matemática e Português, para atacar o ensino das disciplinas Filosofia e Sociologia. E fazem isso de tal modo como se o ensino dessas disciplinas, da área de Humanas, fosse de alguma forma atrapalhar o ensino de Matemática e Português nas escolas. Argumento falho, já que aprender Sociologia e Filosofia - de forma nenhuma – traz prejuízo ao estudo de Português e Matemática. Muito pelo contrário, são duas disciplinas que trabalham com a produção de textos e com a argumentação; o que, inevitavelmente, contribui com a capacidade de escrever e de ler dos estudantes. Em relação à Matemática, podemos imaginar o que diria Pitágoras ao redator desta matéria. Logo ele, o filósofo conhecido como “pai da Matemática”!

Por fim, há uma raivosa acusação de que as disciplinas são plataformas de pregação ideológica de esquerda. Grande erro! Pois pensar desta maneira é ir contra qualquer entendimento sério das disciplinas, que sempre foram consideradas fundamentais para a formação de indivíduos autônomos e críticos: sujeitos questionadores capazes de se contraporem a qualquer doutrinamento, seja ele de esquerda ou de direita.

O que a revista teme: Em um momento em que a discussão sobre a melhoria da educação no país torna-se cada vez mais forte; em que a luta dos trabalhadores da educação espalham-se por todo território nacional (exemplos: as recentes greves da educação nos estados do Rio de Janeiro, Minas Gerais, Ceará e também a greve nacional do Colégio Pedro II), o modelo tecnicista de educação - implantado por diferentes governos neoliberais no país e exaltado há décadas pela a elite nacional e seus veículos de pregação ideológica - se fragiliza. E o poder constituído treme diante da possibilidade de qualquer mudança na área da educação, mesmo que ela seja de consciência. Afinal que sujeito autônomo, crítico e minimamente informado poderia levar a sério revistas como a Veja e suas matérias absurdas como esta de ataque raivoso contra a Lei obrigatoriedade das disciplinas de filosofia e sociologia?

* Diego Felipe é Bacharel e licenciado em Filosofia pela UERJ; Docente da Rede Estadual de Educação do Rio de Janeiro.

(1) Edição 2158
(2) Na mesma parte da revista temos um artigo intitulado “Palmadazinha nas crianças” que apresenta a visão da revista contra a Lei número 7672 que proíbe castigo físico a crianças.
(3) Art. 35. O ensino médio, etapa final da educação básica, com duração mínima de três anos, terá como finalidades:
  • I - a consolidação e o aprofundamento dos conhecimentos adquiridos no ensino fundamental, possibilitando o prosseguimento de estudos;
  • II - a preparação básica para o trabalho e a cidadania do educando, para continuar aprendendo, de modo a ser capaz de se adaptar com flexibilidade a novas condições de ocupação ou aperfeiçoamento posteriores;
  • III - o aprimoramento do educando como pessoa humana, incluindo a formação ética e o desenvolvimento da autonomia intelectual e do pensamento crítico;
  • IV - a compreensão dos fundamentos científico-tecnológicos dos processos produtivos, relacionando a teoria com a prática, no ensino de cada disciplina.


charge por Diego Felipe



Maça a menos em nosso pomar...


Adeus, Steve Jobs!

24 de fevereiro de 1955 a 05 de outubro de 2011


Steve Jobs - fundador da Apple
Foto: Moshe Brakha/AP




terça-feira, 4 de outubro de 2011

SEAF responde: Emile Guillaume Léonard


PERGUNTA / pergunta recebida através do Formulário PRO no menu à esquerda.

Gostaria de saber se um estudo de Léonard, datado de 1949, consta dessa renomada Revista (Revista SEAF). Sou coordenador de Historia Eclesiastica do Seminario Presbiteriano do Rio de Janeiro (Simonton).
José Roberto Costanza


RESPOSTA:

Possivelmente o “estudo de Léonard, datado de 1949” a que se refere é “L'Eglise presbytérienne du Brésil et ses expériences ecclésiastiques” (Emile Guillaume Léonard), cuja referência encontramos em Alsatica.eu/fr  e em  BNU - Bibliothéque Nacionale Univsersitaire, mas cujo acesso não temos.

Caso não conheça, talvez possa ser de interesse o texto, do mesmo autor, “L'illuminisme dans un protestantisme de constitution récente (Brésil)”, de 1952, que pode ser baixado em Persée

Figura: O Pensador de Quioco, AO