domingo, 26 de dezembro de 2010

Noam Chomsky: As 10 estratégias de manipulação midiática

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Noam Chomsky: As 10 estratégias de manipulação midiática


23/11/2010

O professor de Linguística no Instituto de Tecnologia de Massachussetts, Noam Chomsky, elaborou uma lista das "10 Estratégias de Manipulação" através da mídia. O Vermelho publica abaixo.


10 Estratégias de Manipulação
Por Noam Chomsky

A estratégia da distração.

O elemento primordial do controle social é a estratégia da distração, que consiste em desviar a atenção do público dos problemas importantes e das mudanças decididas pelas elites políticas e econômicas, mediante a técnica do dilúvio ou inundação de contínuas distrações e de informações insignificantes.

A estratégia da distração é igualmente indispensável para impedir que o público se interesse pelos conhecimentos essenciais, na área da ciência, da economia, da psicologia, da neurobiologia e da cibernética. "Manter a atenção do público distraída, longe dos verdadeiros problemas sociais, cativada por temas sem importância real. Manter o público ocupado, ocupado, ocupado; sem nenhum tempo para pensar; de volta à granja com outros animais (citação do texto "Armas silenciosas para guerras tranquilas").


Criar problemas e depois oferecer soluções

Esse método também é denominado "problema-ração-solução". Cria-se um problema, uma "situação" previsa para causar certa reação no público a fim de que este seja o mandante das medidas que desejam sejam aceitas.

Por exemplo: deixar que se desenvolva ou intensifique a violência urbana, ou organizar atentados sangrentos, a fim de que o público seja o demandante de leis de segurança e políticas em prejuízo da liberdade. Ou também: criar uma crise econômica para forçar a aceitação, como um mal menor, do retrocesso dos direitos sociais e o desmantelamento dos serviços púbicos.

A estratégia da gradualidade

Para fazer com que uma medida inaceitável passe a ser aceita basta aplicá-la gradualmente, a conta-gotas, por anos consecutivos. Dessa maneira, condições socioeconômicas radicalmente novas (neoliberalismo) foram impostas durante as décadas de 1980 e 1990. Estado mínimo, privatizações, precariedade, flexibilidade, desemprego em massa, salários que já não asseguram ingressos decentes, tantas mudanças que teriam provocado uma revolução se tivessem sido aplicadas de uma só vez.

A estratégia de diferir

Outra maneira de forçar a aceitação de uma decisão impopular é a de apresentá-la como "dolorosa e desnecessária", obtendo a aceitação pública, no momento, para uma aplicação futura. É mais fácil aceitar um sacrifício futuro do que um sacrificio imediato. Primeiro, porque o esforço não é empregado imediatamente.

Logo, porque o público, a massa tem sempre a tendência a esperar ingenuamente que "tudo irá melhorar amanhã" e que o sacrifício exigido poderá ser evitado. Isso dá mais tempo ao público para acostumar-se à ideia de mudança e de aceitá-la com resignação quando chegue o momento.

Dirigir-se ao público como se fossem menores de idade

A maior parte da publicidade dirigida ao grande público utiliza discursos, argumentos, personagens e entonação particularmente infantis, muitas vezes próximos à debilidade mental, como se o espectador fosse uma pessoa menor de idade ou portador de distúrbios mentais.

Quanto mais tentem enganar o espectador, mais tendem a adotar um tom infantilizante. Por quê? "Se alguém se dirige a uma pessoa como se ela tivesse 12 anos ou menos, em razão da sugestionabilidade, então, provavelmente, ela terá uma resposta ou ração também desprovida de um sentido crítico (ver "Armas silenciosas para guerras tranquilas")".

Utilizar o aspecto emocional mais do que a reflexão

Fazer uso do aspecto emocional é uma técnica clássica para causar um curto circuito na análise racional e, finalmente, ao sentido crítico dos indivíduos. Por outro lado, a utilização do registro emocional permite abrir a porta de acesso ao inconsciente para implantar ou enxertar ideias, desejos, medos e temores, compulsões ou induzir comportamentos...

Manter o público na ignorância e na mediocridade

Fazer com que o público seja incapaz de compreender as tecnologias e os métodos utilizados para seu controle e sua escravidão. "A qualidade da educação dada às classes sociais menos favorecidas deve ser a mais pobre e medíocre possível, de forma que a distância da ignorância que planeja entre as classes menos favorecidas e as classes mais favorecidas seja e permaneça impossível de alcançar (ver "Armas silenciosas para guerras tranquilas").

Estimular o público a ser complacente com a mediocridade

Levar o público a crer que é moda o fato de ser estúpido, vulgar e inculto.

Reforçar a autoculpabilidade

Fazer as pessoas acreditarem que são culpadas por sua própria desgraça, devido à pouca inteligência, por falta de capacidade ou de esforços. Assim, em vez de rebelar-se contra o sistema econômico, o indivíduo se autodesvalida e se culpa, o que gera um estado depressivo, cujo um dos efeitos é a inibição de sua ação. E sem ação, não há revolução!

Conhecer os indivíduos melhor do que eles mesmos se conhecem

No transcurso dos últimos 50 anos, os avanços acelerados da ciência geraram uma brecha crescente entre os conhecimentos do público e os possuídos e utilizados pelas elites dominantes. Graças à biologia, à neurobiologia e à psicologia aplicada, o "sistema" tem desfrutado de um conhecimento avançado do ser humano, tanto no aspecto físico quanto no psicológico.

O sistema conseguiu conhecer melhor o indivíduo comum do que ele a si mesmo. Isso significa que, na maioria dos casos, o sistema exerce um controle maior e um grande poder sobre os indivíduos, maior do que o dos indivíduos sobre si mesmos.

Fonte: Argenpress, reproduzido por Adital

Extraído de O Vermelho

Recebido de Carlos Borges a quem agradecemos.

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Habeas Corpus – a Busca dos Desaparecidos Políticos no Brasi



Ministro Vannuchi lança livro sobre mortos e desaparecidos políticos e abre exposição sobre Rubens Paiva - 3ª feira (21 de dezembro), no Rio de Janeiro (RJ)


O ministro Paulo Vannuchi, da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República (SDH/PR), participa nesta terça-feira (21), no Rio de Janeiro (RJ), do lançamento do livro “Habeas Corpus” e da exposição sobre o ex-deputado Rubens Paiva, desaparecido na década de 1970 no contexto da ditadura.

O livro “Habeas Corpus – a Busca dos Desaparecidos Políticos no Brasil” sistematiza e resume todas as informações recolhidas ao longo de décadas a respeito da possível localização dos restos mortais de mortos e desaparecidos políticos. O esforço, coordenado pela SDH, teve o auxílio dos familiares das vítimas, ex-presos políticos e ativistas.

“O livro leva o foco para os desaparecimentos forçados ocorridos no País durante o regime que vigorou entre 1964-1985, e a realidade enfrentada pelas famílias, companheiros e amigos dessas pessoas que até hoje não tiveram devolvidos os restos mortais”, explica o secretário executivo da Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos, Pedro Pontual.

O livro funciona como um primeiro guia para leitura e discussão entre os parlamentares que decidirão sobre aprovar ou não a criação da Comissão Nacional da Verdade. E, mais ainda, como um roteiro inicial para os próprios integrantes dessa Comissão, caso seja aprovada pelo Legislativo.

“Resumindo as informações levantadas ao longo dos anos pelo empenho desses familiares, o livro resgata uma parte da história recente do País, expondo um lado que, justamente por ser sombrio, traz em si o paradoxo de nos provocar rejeição, mas ao mesmo tempo ser de conhecimento obrigatório para que se garanta a consolidação da democracia, afastando a possibilidade que um dia essas violações dos Direitos Humanos venham a se repetir”, complementa Pontual.

Exposição sobre Rubens Paiva – Rubens Paiva é um dos símbolos dos desaparecidos políticos brasileiros. Ex-deputado federal, foi solidário aos que eram perseguidos pela ditadura. “E por isso pagou com a própria vida”, recorda o coordenador geral do projeto Direito à Memória e à Verdade da SDH, Maurice Politi. “Esta exposição traz momentos de sua vida familiar e profissional, assim como momentos na sua batalha pela democracia. A exposição põe em evidência, acima de tudo, uma dívida do Estado brasileiro, ainda não resgatada”, complementa Politi.

O projeto Direito à Memória e à Verdade teve início em 2006, com a abertura da exposição fotográfica “Direito à Memória e à Verdade – A ditadura no Brasil 1964 - 1985", no hall da taquigrafia da Câmara dos Deputados, em Brasília. São registros de um passado marcado pela violência e por violações de direitos humanos. Disponibilizar esse conhecimento é fundamental para o País construir instrumentos eficazes e garantir que esse passado não se repita nunca mais.

Movimento Humanos Direitos (MHuD) – Durante a cerimônia, que será realizada na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, Vannuchi também lançará o livro “Movimento Humanos Direitos: Uma História de Luta Coletiva”, a respeito do grupo que reúne artistas como Wagner Moura, Camila Pitanga, Letícia Sabatella, além de outros profissionais.

O livro é fruto de uma parceria do Movimento Humanos Direitos com a SDH, e reúne entrevistas publicadas com artistas na sete primeiras edições da Revista Direitos Humanos. O primeiro entrevistado foi Augusto Boal, valendo seu depoimento – talvez um dos últimos de sua vida – como antológica reconstrução histórica de toda uma trajetória militante, pouco antes de sua morte em maio de 2009.

Em seguida, veio Thiago de Mello, um dos maiores poetas brasileiros, perseguido político e exilado pelo regime ditatorial de 1964 tanto quanto Boal. Depois, outros grandes artistas como Paulo Betti, Chico César (excepcionalmente sem o MHuD entrevistando), Zezé Mota e Bete Mendes. O número 7, em dezembro de 2010, trouxe uma entrevista coletiva com mulheres do próprio MHuD: Camila Pitanga, Cristina Pereira, Dira Paes, Letícia Sabatela e Priscila Camargo.

Lançamento do livro “Habeas Corpus” e da exposição sobre Rubens Paiva
Data: 21 de dezembro de 2010 - às 10 horas
Endereço:Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro,Palácio Tiradentes, rua Primeiro de Março, s/n, Centro, Rio de Janeiro (RJ)

Texto extraído de direitoshumanos.gov.br

recebido de Luiz Alberto Sanz

Anistiada: Maria Odila Rangel

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Brasília, terça-feira, 7 de dezembro de 2010 17:22

Estou em Brasília, onde, esta manhã, foi julgado o processo de Anistia da Odila, minha companheira de vida e lutas, na Comissão do Ministério da Justiça.

Vencemos!

O Estado brasileiro, por intermédio da Comissão, pediu perdão ao nosso filho, João Luiz, pelas injustiças e sofrimentos que fez Maria Odila Rangel sofrer.

O relator, Dr. Mário Albuquerque, escreveu um parecer sólido e humano e as conselheiras presentes manifestaram sua satisfação em poder fazer justiça a uma mulher que consideraram digna de admiração e que só lutava por um Brasil democrático.

Vencemos! Não foi uma vitória total, pois Odila não pode vivê-la. Enquanto morria, em abril de 2009, o processo se arrastava. Mas haverá novas vitórias.


Desta feita, agradeço particularmente à Eliete Ferrer Cebrian, que voltou sua atenção para mim e João Luiz, nos avisou do julgamento e me deu conselhos valiosos. Evoé, Eliete!. No julgamento do meu processo foi Ana Müller que desempenhou este papel, agora foi você.

Sou feliz por ter amigos e poder contar com eles.

Com amor,
Luiz Alberto Sanz

A divulgação deste e-mail foi autorizada pelo autor para
Ana Maria Felippe – Memorial Lélia Gonzalez

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